Ex-colegas contam que suspeito de matar família era 'tranquilo' e 'adorado'

Ex-colegas contam que suspeito de matar família era 'tranquilo' e 'adorado'

"É com profundo pesar que todos os colaboradores da TIM Brasil receberam a trágica notícia da morte do ex-funcionário Nabor Coutinho e sua família. Nabor era um profissional respeitado e querido por toda equipe e havia se desligado voluntariamente da companhia no último mês de julho, depois de muitos anos de colaboração, para se dedicar a um novo desafio em sua carreira. A TIM está solidária aos familiares e amigos".

De acordo com o perfil de Nabor no Linkedin, site de relacionamento profissional, o administrador estava trabalhando como chefe de desenvolvimento de negócios na empresa estrangeira Datami. Harjot Saluja, presidente e CEO da empresa, diz que lamenta o ocorrido.

"Nas últimas seis semanas, desde que ele se tornou um consultor, todos nós gostamos de conhecê-lo e trabalhar ao lado dele. Todos nós estamos profundamente tristes com a notícia de Nabor Coutinho de Oliveira Júnior, e sua família. Nossos corações e orações estão com a sua família e amigos durante este tempo mais difícil", comentou Harjot.

"Nabor foi meu chefe. Lembro de ter ido almoçar na casa dele para conhecer o Henrique, que era um lindo bebezinho na época. Hoje não consegui trabalhar. Não consegui falar sem chorar. Dói saber que partiram para o plano espiritual dessa forma. Que nos amemos mais, que saibamos lidar com nossas dificuldades, que tenhamos mais fé. Que tristeza, que dor, que coração apertado, meu Deus!", escreveu uma pessoa que foi chefiada por Nabor, que preferiu não ser identificada.Em uma carta, que teria sido deixada por Nabor, de acordo com as primeiras investigações, o autor relata insegurança quanto ao seu emprego e diz que não vai conseguir sustentar a família. Cita ainda que estava sendo excluído de projetos e que ia trazer sofrimento a todos.

"Ele era um cara muito tranquilo, adorado pela equipe. Quando foi embora da Tim, saiu aplaudido por todos. Achamos que ele estava bem no novo emprego, porque falou que ia para uma proposta irrecusável. Ele era na dele, muito focado. Também era valorizado e assediado no mercado", contou um colega de equipe dele.

Uma outra pessoa contou que estão todos chocados e que foram pegos de surpresa, já que o perfil de Nabor sempre foi de uma cara querido e muito tranquilo.

"Ainda estamos abalados. Era um cara muito tranquilo, realmente foi chocante pra todo mundo. Lembro que quando ele pediu demissão, achei estranho, pois tinha bastante tempo de casa. Mas ele me disse que seria uma aposta. Me surpreendeu a forma [da morte]", comentou outro colega de trabalho.
Segundo colegas, Nabor era gerente sênior, um cargo abaixo da diretoria, e chegou a chefiar uma equipe de dez pessoas. O salário dele na TIM girava em torno de R$ 20 mil, e ele teria largado a empresa para ganhar o dobro no novo emprego.

Na tarde desta segunda-feira, um primo de Nabor e outros familiares chegaram na Divisão de Homicídios, na Barra da Tijuca, para prestar depoimento.

Entenda o caso

Quatro pessoas de uma família foram encontradas mortas por volta das 7h no Edifício Lagoa Azul, que fica no Condomínio Pedra de Itaúna, na Barra da Tijuca. Os corpos de duas crianças e do marido estavam na área da piscina do prédio e teriam caíram do 18º andar, uma altura de aproximadamente 50 metros. O corpo da mulher foi encontrado na cama, dentro do apartamento.
Segundo vizinhos e o porteiro do prédio, o marido era Nabor Coutinho Oliveira Junior, 43 anos, a mulher Lais Khouri, 48 anos, e as crianças Arthur, 7 anos, e Henrique, 10 anos.
Em uma carta encontrada no apartamento, há relatos de desespero. Em um dos trechos está escrito: "Sinto um desgosto profundo por ter falhado com tanta força, por deixar todos na mão mas, melhor acabar com tudo logo e evitar o sofrimento de todos”. A carta foi encaminhada à perícia para confirmar se foi escrita por Nabor.

De acordo com o delegado titular da Delegacia de Homicídios, Fabio Cardoso, a polícia não descarta nenhuma linha de investigação, mas uma delas é que o caso pode ter sido um homicídio seguido de suicídio.

"O que se sabe é que a mulher da vítima estava com cortes no pescoço, morta na cama. Os dois filhos e o homem estavam caídos no vão da piscina. As informações iniciais obtidas no local do crime apontam uma suspeita inicial de que ele teria matado a mulher com golpes de faca, jogado as duas crianças e depois se jogado. Mas não descartamos outras linhas", explicou o delegado.

G1
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